Especialista revela o que pode ser feito para
corrigir o problema
Dizem que chorar faz bem. Mas verter lágrimas
espontaneamente, quando não se está com vontade de chorar de alegria ou tristeza,
pode ser um problema de saúde ocular que precisa de tratamento. De acordo com o
oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, as lágrimas
mantêm os olhos saudáveis e lubrificados, contribuindo com a limpeza de
impurezas da estrutura ocular. Produzidas por pequenas glândulas situadas logo
acima de cada olho, as lágrimas são drenadas por pequenos dutos da cavidade nasal,
chamados dutos lacrimais. “O lacrimejamento excessivo pode nos levar a vários
diagnósticos, que vão desde uma obstrução de um duto ou ainda uma alergia
temporária, até o efeito colateral de algum medicamento ou ainda síndrome do
olho seco. Daí a importância de fazer um check-up ocular quando o olho persiste
em lacrimejar espontaneamente”, diz o médico.
Neves enfatiza sobre o principal problema do
lacrimejamento anormal, ou seja, o risco de aumentar a inflamação ou
infecção ocular, causado pelo acúmulo de bactérias. “Quando os dutos estão bloqueados ou
entupidos, as lágrimas passam a escorrer pelo rosto de forma sistemática. São
três as obstruções mais recorrentes: da pálpebra (obstrução canalicular), do
canto da pálpebra (estenose pontual) e nasal (duto nasolacrimal). Esse problema
é mais comum a partir da meia-idade e é mais frequente em mulheres – embora
atinja a população masculina também. Neste caso, o paciente apresenta ‘olhos
marejados’ ou até mesmo um traço de lágrimas escorrendo espontaneamente pelo
rosto a maior parte do dia”.
Segundo o médico, em raros casos o
lacrimejamento excessivo é um problema congênito e atinge recém-nascidos. Em
jovens, geralmente está relacionado ao uso excessivo de lentes de contato,
alergias e conjuntivite. Na maioria dos casos, entretanto, costuma ocorrer em
adultos e ser resultado de infecções, efeito colateral de determinados
medicamentos, doenças do aparelho respiratório superior (sinusites), traumas e
até mesmo tumores. Pacientes em tratamento de câncer na região da cabeça e
pescoço também podem apresentar obstrução do duto lacrimal.
“Quando a raiz do problema é uma infecção, os
olhos também podem ficar avermelhados e inchados. O paciente ainda pode se
queixar de pálpebras ‘grudadas’ por conta de uma secreção purulenta. De todo
modo, trata-se de um quadro que incomoda bastante a pessoa e, quando tratado
logo no início, tem grandes chances de ser contornado rapidamente. Daí a
importância de procurar ajuda médica assim que surgirem as primeiras
evidências. O tratamento costuma ser realizado com antibióticos, mas pode ser
necessário desobstruir o duto lacrimal através de uma intervenção cirúrgica –
que poderá ser simples ou complexa, dependendo da localização e do tamanho do
bloqueio”, afirma Neves.
No caso da Síndrome do Olho Seco, o
oftalmologista explica que também é comum o paciente apresentar lacrimejamento
atípico. “Neste caso, costumamos prescrever determinados colírios
especificamente desenvolvidos para hidratar os olhos e mantê-los sempre lubrificados.
Eles são fundamentais para pessoas idosas, que apresentam déficit de hidratação
ou ainda tomam medicamentos de uso contínuo que acabam reduzindo lágrimas,
saliva etc. E também são importantes para adultos que passam muitas horas
trabalhando diante do computador. Neste caso, a pessoa deve reparar que pisca
muito menos do que o comum e se obrigar a fazer pausas regulares para piscar,
se hidratar e inclusive pingar algumas gotas de lágrimas artificiais – a fim de
manter os olhos sempre bem lubrificados e evitar o lacrimejamento excessivo em
pontos determinados”.
Fonte: Prof. Dr. Renato Neves, médico oftalmologista,
diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, de São
Paulo. www.eyecare.com.br
Comente no post:
0 comentários:
Adicione seu comentário sobre a notícia