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Facebook, já em declínio?


Por Ricardo Hida

Pouco antes do Carnaval, a Folha de S.Paulo, o jornal mais lido do país, goste-se ou não, informou os internautas que não publicará mais nada no Facebook. Segundo eles, a nova estratégia da rede social, privilegiando no feed de notícias do usuário as publicações de seus amigos e familiares, incentivará a proliferação de fake news em detrimento do jornalismo sério. Segundo Mark Zuckenberg, a medida foi tomada porque os internautas querem interagir mais entre si e menos com empresas. Sabemos, no entanto, que o verdadeiro motivo para tal política é forçar as empresas a investirem mais em publicidade.

As redes sociais, ao contrário do que se imaginava no início, deixaram há muito tempo de criar pontes- o uso de clichê é proposital- para criar muros. O que acontece há tempos é que qualquer pessoa com pensamento muito discordante do que temos é deixada de ser seguida, excluída do nosso universo digital e, nos casos mais drásticos, bloqueada, inclusive em nossa vida real. Nenhum episódio da série Black Mirror, produzida pela Netflix, deixa de nos parecer inverossímil diante dos comportamentos que temos observado nessa promiscuidade virtual, em que limites foram há muito ultrapassados e bom senso virou tão arcaico quanto o Orkut. Pessoas sofrem com a rede. Ficam irritadas e deprimidas com algo que deveria ser lazer.

O Facebook, diante de tantas acusações, resolveu patrulhar o perfil de seus usuários e agora também pune com suspensão ou exclusão de perfis aqueles que aparentemente burlam as boas maneiras. Até escritores de grande reputação tiveram suas páginas denunciadas, por haters, e foram punidos pela rede. Muitos decidiram abandonar o Facebook e voltar a investir em seus blogues, colocando dinheiro em SEO e em outras mídias sociais para alavancar audiência.


Às empresas resta a observação cuidadosa das tendências e criar estratégias em que não se tornem reféns de ninguém, muito menos de mídias para as quais paga para aparecer.Destinos que colocaram pessoas de sunga ou biquíni para promover o feriado de Carnaval também foram punidos. Erro de quem? Da pessoa que cuida das mídias sociais.

Mais do que nunca o site ou blogue corporativos precisam estar impecáveis, já que são propriedade de uma empresa, e quem caneta o que é publicado é o diretor geral e não um terceiro. É preciso ainda ter políticas bem estruturadas de captação de leads que não dependam somente do Facebook ou Instagram. Não que devam ser abandonados, mas podem perder relevância com o tempo. As novas gerações, com menos de 18 anos, por exemplo, já não têm pouca empatia com as mídias de Zuckenberg.

Os profissionais de comunicação precisam estar muito atentos ao Whatsapp, YouTube e games. Sem mencionar os próprios aplicativos. O tal do marketing de conteúdo, que bem feito gera grande audiência de forma orgânica, também é essencial em tempos em que os valores para se anunciar em redes sociais estão bem acima do razoável.

Lembrando dos grandes teóricos da dialética, a tese cria condições para a antítese gerando a síntese. No caso do Facebook, a empresa, ao atingir o tamanho que tem, criou as próprias condições para seu fim. Aparentemente, nenhuma medida tem sido eficaz para o declínio da rede, ao contrário, acaba por acelerá-lo. Aos profissionais de comunicação é preciso atenção máxima para prever tendências e achar soluções para as marcas. Como sempre foi na História.

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MARIO PINHO

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