Por André Lubambo
Marcado para acontecer a
semana passada, um julgamento polêmico que envolve grupos conhecidos da capital
pernambucana foi adiado para a próxima terça-feira (03). O caso a ser decidido
pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) envolve a disputa de terreno
entre a Indústria de Confecções Icosa/MotoMais, do empresário e cônsul da
Suíça, Rodolfo Fehr, e o grupo Ferreira Pinto. A área em questão tem 7 mil
metros quadrados, localizada às margens da PE-15, na cidade Tabajara, em
Olinda, e está em litígio desde 2014, devido a uma liminar de Justiça de 1ª
Instância.
A Icosa/MotoMais alega que
tem a posse do terreno há mais de 30 anos, conforme documentos apresentados à
Justiça. Algumas das provas colocadas nos autos do processo são reportagens e
documentos da reintegração de posse do terreno quando ele foi invadido por
militantes do Movimento Revolucionário dos Sem Teto (MTST), em maio de 2003,
fato que teve grande repercussão na imprensa local, sendo noticiado nos
principais veículos de comunicação.
Quando conseguiu a
reintegração de posse, a Icosa/MotoMais construiu uma nova cerca com estacas de
concreto e arame farpado, demarcando mais uma vez a sua propriedade. Em
novembro do mesmo ano, a empresa implantou uma pista de treinamento de
pilotagem e motocross, que funcionou no local por alguns anos.
Além da reintegração de
posse contra os Sem Teto, também já movi ação contra um vizinho que havia
avançado uma cerca entre as duas áreas. Nessa época, um perito judicial fez a
medição por meio de georeferenciamento. Este documento está nos autos. Por tudo
isso, a sentença de primeira instância foi ao meu favor, afinal fui eu quem
aterrou a área na época da construção da PE-15", diz o empresário Rodolfo
Fehr. Segundo ele, o local tem previsão de receber investimentos de capital
suíço, já que o consulado da Suíça em Pernambuco fica localizado em Olinda
Rodolfo Fehr entrou na
Justiça com uma queixa crime contra a Ferreira Pinto. Segundo ele, o grupo
corrompeu a testemunha Waldir Melquiades da Silva para que ela confirmasse uma
versão a seu favor.
Os representantes do grupo
Ferreira Pinto alegam que compraram a área há pouco mais de um ano. De acordo
com Rodolfo, nessa época eles já sabiam que havia uma disputa jurídica da
Icosa/Motomais com os primeiros proprietários, dos quais o grupo Ferreira Pinto
teria comprado o terreno.
O processo da disputa entre
os grupos Icosa/Motomais e Ferreira Pinto será julgado pelos integrantes da 6ª
Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargadores Eduardo
Augusto Paurá Peres (presidente), Antônio Fernando Araújo Martins, e José
Carlos Patriota Malta.
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