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Marcos Lucas é agente de viagens e presidente da Aviesp

Desnecessário citar a quantidade de atrativos turísticos do País. É sabido que o Fórum Econômico Mundial classificou o Brasil como a nação com o maior potencial para o Turismo graças aos seus recursos naturais. E o fato é que pouco nos aproveitamos disso. Ainda não somos um destino mundial, basta ver o levantamento Global Destination Cities Index: Origins, feito pela Mastercard: dos 20 maiores emissores de viajantes do mundo, apenas um tem o Brasil como principal destino, justamente a Argentina.

Claro que é necessário ponderar, uma vez que estamos distantes dos maiores mercados do mundo, como Estados Unidos e Europa. Muitas vezes, o viajante precisa fazer conexões, o que para nos é corriqueiro, mas para eles pode ser um fator de decisão. Outro fator que espanta os viajantes é o preço. O Brasil é um país caro para o viajante, tanto na parte aérea como hotelaria e compras.

Não bastasse tudo isso, criamos mais obstáculos: o visto. A própria Organização Mundial (OMT) já declarou em diversos documentos que a exigência de vistos por algumas nações é um dos fatores que faz com que o Turismo não cresça de uma forma mais acelerada no mundo. Para alguns mercados, este impedimento deixou de existir no Brasil. Desde o dia 17 de junho cidadãos de Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália não precisam mais de vistos para ingressar no País. E os resultados já são visíveis.

De acordo com dados do Ministério do Turismo, apenas o anúncio desta medida fez com que a procura por passagens para o Brasil tivesse uma alta de 36% na Austrália, 31% nos Estados Unidos, 19% no Canadá e 4% no Japão. Uma medida apenas fez com que uma quantidade muito maior de turistas se interessasse em vir para cá. E mais do que isso, são turistas de qualidade, que gastam e fazem a roda da economia girar. A médio prazo, isso significa geração de empregos.

Se o Brasil quer colocar o turismo como o próximo vetor de desenvolvimento do País é necessário desburocratizar e facilitar a atividade. A isenção de vistos é uma delas, mas deve ser acompanhado de outras tão urgentes quanto. Melhorar o ambiente de negócios e trazer investimentos para aperfeiçoar a infraestrutura é a mais importante delas. A outra é estender isso para outros mercados importantes. Se a ideia é abrir as portas para os turistas, não sentido fazer exigências como os vistos. É como convidar alguém para a nossa casa e não abrir a porta.

Marcos Lucas é agente de viagens e presidente da Aviesp
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MARIO PINHO

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