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Especialistas debatem relação da hotelaria com a academia

Roland de Bonadona durante debate no Senac São Paulo

O debate sobre a hotelaria se faz em diversas esferas. Se há duas semanas o Conotel foi o palco para que o mercado expusesse suas demandas, desta vez foi a academia quem falou. No Senac Aclimação, em São Paulo, para divulgar o curso de MBA Hotel Business Administration, o ex-CEO da Accor Hotels, Roland de Bonadona, e o gerente de aberturas também da Accor, Carlos Bernardo, trataram das transformações que esta indústria vem enfrentando.

Bonadona não teve rodeios ao desenhar a atual situação da hotelaria nacional, estremecida pela chegada de novas plataformas competidoras e pelo aumento da oferta devido aos grandes eventos esportivos dos últimos anos. “A gente está num ciclo do mercado em que a oferta está muito alta diante da demanda disponível”, afirmou, descrevendo a situação como “trágica”.

Ele segue, dizendo que “transformações estão trazendo instabilidade em relação ao passado. As coisas iam muito devagar, hoje estão acelerando”. Opinião corroborada com Carlos Bernardo, que acredita que “nós gestores não temos mais as competências e habilidade necessárias de cinco anos atrás, mudou-se completamente”.

Renato Machado Carlos Bernardo, 
gerente de aberturas da rede Accor

Mudanças estas que também mexem com o objetivo de quem frequenta o universo da hotelaria. Bonadona tratou do eterno embate com os gestores de um hotel sobre quais caminhos o negócio deve seguir, levando em questões as expectativas do investidor, do operador, do staff, dos clientes e do poder público – todos os que, de alguma forma, são “donos” de um hotel.

Para Carlos Bernardo, a renovação de um hotel passa também (ou principalmente) pelos detalhes – algo que foi por ele ilustrado com empreendimentos que mantêm decorações antiquadas, como relógios na recepção com horários internacionais e telefones com fio.

Porém, mesmo com todas as mudanças e facilidades que se possa ter, o gerente faz uma ressalva: “automação é o que queremos? Não, seguimos querendo algo personalizado, um atendimento mais próximo, mas é preciso entregar essa tecnologia para aqueles que isso desejam”.

“Diante das novas tecnologias, a gente não tem como se adaptar sem capacitar para ajustar”, defendeu Roland de Bonadona. “Quem saiu há 15, 20 anos da escola não estava preparado para isso. Por isso precisamos parar para estudar e treinar.”

“Não é a empresa que vai te desenvolver. Se crescer é o objetivo, então vá atrás, senão você fica parado onde está. É preciso estudar, ir atrás de novos cursos, ter conhecimentos que possam somar ao que já tenho para eu estar preparado para essas novas oportunidades”, finalizou Carlos Bernardo.

por Renato Machado
panrotas.com.br
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MARIO PINHO

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