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Por que alguns aviões têm as pontas das asas dobradas?


Superfície na ponta da asa ajuda a melhorar a eficiência do voo (Foto: Divulgação)

Melhorar a eficiência e reduzir os custos operacionais dos aviões é um desafio constante dos engenheiros aeronáuticos no desenvolvimento de novos modelos. Um dos recursos utilizados para isso são as winglets, uma pequena superfície vertical que dá a impressão de que a ponta da asa está dobrada.

Embora deixe os aviões mais bonitos, sua utilização não tem nada a ver com estética. A winglet é um recurso totalmente aerodinâmico. Sua principal função é reduzir o que a engenharia aeronáutica chama de arrasto induzido.

O que faz os aviões voarem é a diferença de pressão exercida pelo ar nas partes superior e inferior da asa. Em virtude do formato aerodinâmico da asa, a pressão na parte inferior (chamada tecnicamente de intradorso) é maior do que na parte superior (extradorso). Para tentar compensar essa diferença de pressão, o ar que está embaixo tenta passar para o lado superior exatamente na ponta da asa.

Quando isso ocorre, o ar fica turbulento na ponta da asa e a sustentação diminui. Para compensar esse efeito, o avião precisa voar mais inclinado, aumentando o arrasto (resistência ao deslocamento) de todo o avião. Esse efeito é chamado de arrasto induzido. Para manter a performance ideal, o motor precisa ter mais potência, o que aumenta o consumo de combustível.

As winglets servem exatamente para reduzir esse efeito. Com a superfície instalada na ponta da asa, o ar é deslocado para acompanhar o novo desenho aerodinâmico da asa. Dessa forma, a sustentação passa a ser maior e o avião tem menos resistência do ar para se deslocar. Isso faz com que ele precise de menos potência e, consequentemente, consuma menos combustível.

Nova winglet do Boeing 737 MAX vai ajudar na economia de combustível (Foto: Divulgação/Gol)

Boeing aposta em novas winglets

A maioria das winglets conta com a estrutura voltada somente para cima. O projeto do novo Boeing 737 MAX, que deve finalizar os testes de voo ainda neste ano, tem uma winglet voltada para cima e para baixo.

Segundo a Boeing, o novo formato permite que o ar flua de forma mais natural pela superfície. A promessa é que a eficiência aumente ainda mais. Aliado a um motor mais moderno, o novo Boeing 737 MAX promete uma redução de combustível de 14% em relação à versão atual.

Além de gerar economia, o novo avião vai permitir que as companhias aéreas façam voos mais longos. Essa é uma das apostas da brasileira Gol, que pretende usar os novos aviões abrir uma rota ligando São Paulo a Miami, nos Estados Unidos, em um voo sem escalas.

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MARIO PINHO

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