Para que tanta pressa! A moda agora na Europa é desacelerar. Ir em busca do tempo perdido e procurar viver mais, em melhor forma e com maior qualidade de vida.
Com o nome de Slow Movement, a nova tendência é fazer as pessoas a aprender a viver devagar, não correndo atrás do tempo.
Em conversa com o padre Enrique na Espanha ele me disse que as pessoas estão chegando para ele reclamando que não conseguem mais atingir as metas dos trabalhos e o cansaço físico e mental que os acometem.
Há alguns anos foi criado o Instituto Internacional de Não Fazer Nada (International Institute of Not Doing Much) responsável pela propagação do slow movement e que possui até um site: slowdownnow.org.
Este instituto recomenda que de vez em quando a gente escolha um dia para não fazer nada. Deitar se na relva, ou sentar numa praça ou à beira mar e não se preocupar com nada.
Viver mais e com qualidade de vida este é o lema.
Um estudo científico pioneiro da Universidade da Califórnia em São Francisco , e que pode ser consultado em http://bit.ly/1HsLIGHT, indica alguns estilos de vida que permitem uma maior longevidade.
Uma dieta vegetariana, a prática de exercício físico moderado e o controle dos níveis de stress, através de uma atividade social ou grupo de apoio, ajudam a prolongar a vida.
Na atual forma que a maioria das pessoas vivem, num ritmo de vida acelerado e sedentário, imposto pelos padrões de vida modernos, é catalisador de altos níveis de stress e ansiedade, os quais, associados a um elevado grau de toxicidade-transmitido pelos alimentos e pela poluição-, reduzem a esperança de vida.
Outros fatores são: o uso do cigarro, alimentação pobre e pouco variada e a exposição diária à raios ultravioletas, responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele e causadores identificados de doenças como o câncer.
Na Europa foi criado o Slow Cities Movement. Um grupo pioneiro de cidades italianas elaborou 55 requisitos divididos em seis categorias: Ambiente, Infraestrutura, Qualidade do Tecido Urbano, Incentivo à Produção Local, Hospitalidade e Consciência Comunitária sobre o Slow Moviment.
São as chamadas cidades lentas. Em Portugal já estão classificadas seis cidades: Viana do Castelo, Lagos,São Brás de Alportel, Silves, Tavira, e Vizela.
O tempo começa agora a ser mais valorizado do que nunca. Num mundo em que tudo parece ter um preço, o tempo não se compra nem se vende. Apenas se esgota. É finito e limitado e só dele desfruta,quem em consciência, lhe sabe dar valor.
O valor do tempo está em darmos importância às pequenas coisas. Voltar à se reunir com a família em torno da mesa na hora das refeições, cultivar os nossos vegetais, salvar os alimentos e sementes dos transgênicos, valorizar os dizeres e saberes de nossos ancestrais,produzir localmente, viver em comunidade. Enfim, abrandar, desacelerar.
O Slow Movement também permite que se ouça e se sinta a batida do coração.Tudo começou na Itália em 1986, quando a McDonalds tentou se instalar em plena zona histórica de Roma, perto da Pizza de Espanha. Antes que o odor de hambúrguer e batata frita invadisse o chão sagrado, o ativista Carlo Petrini reuniu um grupo para protestar atirando taças de massa italiana (penne) nas pessoas que tentassem ir à cadeia de fast food.
No final os romanos venceram a batalha e o McDonalds não se instalou no lugar histórico. Estava então criado o Slow Movement, que se opunha à fast food, aos métodos de alimentação não saudável e produtos não sustentáveis e pretende proteger a produção e o comércio locais.
O símbolo adotado pelo movimento é o caracol. E hoje existem vários momentos lentos, em diversas áreas, como o Slow Travel, Slow Cities (voltadas para a comunidade), Slow School e Slow Education (com o conceito de educação eclógica), o Slow Food e o Slow Books (que tenta reavivar o prazer de leitura em livros impressos e não eletrônicos).
Ainda dentro do Slow Movement foi ciado o Mindful Living, uma filosofia de vida que pretende encontrar o equilíbrio e paz e permite tirar proveito do momento.
Existe também o Slow Money (com receitas de empresas e investimentos voltados para a produção natural com vista a uma economia sustentável. A tendência que surgiu na Itália, agora se espalhou pelo mundo e já chegou ao Brasil.
Por tudo isso a tendência agora determina que devemos ir, mas com calma.!
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